
Aqui é História: História do Brasil
O Canal Aqui é História estreou em 25 de janeiro de 2021. Com a finalidade de contar História através de pílulas bem humoradas.Os 5 temas sobre a História do Brasil foram selecionados e abordados nos vídeos de maior audiência no YouTube ao longo do ano. Nosso objetivo aqui é contar História de forma leve, apresentando curiosidades que motivem o leitor a pesquisar e se aprofundar.Esperamos que essas pílulas te despertem para esse universo rico e fascinante que é a História!
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O ESTADO NOVO
De 1937 a 1945, o Brasil viveu a ditadura do Estado Novo. Durante esse período, no poder estava Getúlio Vargas.
O cenário era a praia do Russell, no aterro do Flamengo. Eram pouco mais de 9 da manhã quando o presidente Getúlio Vargas chegou, saudado por uma multidão. Logo em seguida, uma solenidade homenagearia o Pavilhão Nacional. Teve música, além de uma missa. Por fim, a bandeira foi hasteada. Junto com ela, outras 22 bandeiras do Brasil subiram pelas mãos de crianças de escolas públicas – uma para cada estado ou território, substituindo as bandeiras estaduais. Mas e as bandeiras estaduais? Foram todas queimadas em uma pira. Era preciso sacrificar a simbologia dos estados “em nome da nação”.
O ditador Getúlio Vargas deixava claro que o poder central não abriria espaço nem mesmo para o orgulho gaúcho que ele tão bem conhecia. Nesse contexto, valeu a Constituição de 1937 – conhecida como A Polaca, pois se baseava na autoritária carta magna polonesa. Assim, o grande foco do Estado Novo era o trabalhador! Munido de carteira de trabalho e novos direitos, o trabalhador tornou-se símbolo da construção do novo Brasil.
No entanto, esses direitos eram presentes do presidente, o “Pai dos Pobres”. Movimentos e sindicatos permaneciam controlados e sem meios de contestação – afinal, a greve era proibida, lembra? Além disso, a propaganda era a chave de tudo. Por exemplo, nas rádios, ouvia-se a Voz do Brasil. O Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, não só censurava, mas também produzia material para exaltar a ideologia do Estado Novo.
Apesar desses anos turbulentos, eles fizeram de Vargas uma figura popular. Tanto é que, poucos anos depois do fim da ditadura, ele voltaria ao poder. Dessa vez… eleito.
O GOVERNO DUTRA
Depois da ditadura de Vargas, Eurico Gaspar Dutra foi eleito por voto direto e democrático. A política internacional estava dividida entre EUA e URSS. E Dutra não hesitou em escolher um lado. Os EUA.
O presidente visitou os EUA em 1950, deixando claríssima sua posição no tabuleiro internacional. Por aqui não faltou quem o chamasse de “entreguista”. Ou seja, um que entregava as riquezas brasileiras para os estrangeiros. A economia não ia nada bem. O Brasil muito importava, a indústria nacional desacelerava e a dívida externa só subia. Fora a inflação, esse fantasma que persegue nossa política. Para resolver a crise, Dutra lançou o Plano SALTE. Saúde, Alimentação, Transporte e Energia. Os investimentos iriam para estes setores, buscando um crescimento que chegou a 6%. Mas o fato é que a inflação não dava trégua. Para o trabalhador, o poder aquisitivo do salário mínimo desabou.
Foi sob Dutra que o Brasil ganhou nova Constituição, a de 1946. Eleições diretas, igualdade perante a lei, liberdade de crença, garantia de ampla defesa… Os tempos do Estado Novo ficavam pra trás! Pelo menos naqueles dias.Decreto- lei 9 215, de 30 de abril de 1946. Os célebres cassinos (que empregavam aproximadamente 60 mil pessoas) teriam que fechar. Um ato contra o que a lei considerava “degradante”. Para muitos, uma exigência da muito católica primeira dama Carmela Dutra… O fato é que, até hoje, roleta nem pensar. Dutra saiu do poder após as eleições de 1950, quando Getúlio Vargas voltou ao Palácio do Catete – desta vez pelo voto popular. Mas aí já é outra história…
A INAUGURAÇÃO DE BRASÍLIA
Em 21 de abril de 1960, a Capital do Brasil, que antes era no Rio de Janeiro, finalmente transferiu-se para o Planalto Central. Assim, estava inaugurada Brasília, obra do presidente Juscelino Kubitschek.
Juscelino Kubitschek contava que, durante sua campanha política na cidade de Jataí (Goiás), um homem chamado Toniquinho interrompeu seu discurso. O candidato à presidente falava em cumprir a constituição quando Toniquinho gritou: “Isso envolve transferir a Capital para o centro do Brasil?” Na verdade, a ideia de Brasília já existia havia décadas e estava prevista, ainda que só no papel. Por exemplo, no Segundo Reinado muitos se levantaram pelo projeto e, já na República, uma área chegou a ser demarcada para o futuro projeto.
Esse projeto, previsto na Constituição, foi exatamente o que Toniquinho citou naquele comício. Naquele momento, JK respondeu “sim” e prometeu construir a cidade. Inicialmente, ele via isso como uma resposta política, mas, logo, ganhou a empolgação do mineiro. Afinal, a Nova Capital seria uma maneira de deslocar o eixo do desenvolvimento nacional, interiorizando o Brasil. Desse modo, o Plano de Metas ganhou uma nova meta, denominada Meta-Síntese: Brasília!
Do primeiro passo à inauguração, passaram-se apenas 3 anos. O presidente se instalou no chamado Catetinho (em referência ao Palácio do Catete) e acompanhou de perto a realização daquele sonho. Esse sonho contava com a assinatura do arquiteto Oscar Niemeyer e do urbanista Lúcio Costa, idealizador do Plano Piloto. A obra foi tocada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Ao mesmo tempo, chegaram inúmeros trabalhadores para a empreitada, os chamados Candangos, hoje homenageados com um monumento na Praça dos Três Poderes.É claro que o prazo curto (entregar Brasília no mandato de JK era importante) gerou muitos problemas. Como resultado, houve descontroles financeiros, os gastos se excederam, e prestações de contas se perderam. Inclusive, até hoje não se sabe exatamente quanto a cidade custou. Porém, aconteceu! E, até hoje, lá está o centro do poder nacional.
O GOVERNO JANIO
Foi um governo breve, mas que deu muito o que falar. Jânio Quadros, o presidente da vassourinha, tomou posse em janeiro de 1961. Entretanto, em agosto, renunciou.Jânio Quadros foi eleito com o mais famoso jingle da nossa história. Afinal, varrer a corrupção que, segundo ele, teria se acentuado no governo anterior (com a construção de Brasília) era uma meta. Essa meta foi abraçada por quase seis milhões de eleitores, um recorde à época. Porém, o jeito de governar de Jânio era (no mínimo) excêntrico. Bilhetinhos. Muitos bilhetinhos com ordens e posições do presidente circulavam pelo governo.
Além disso, as ordens chamavam atenção. Proibições do biquíni, da briga de galo e da propaganda em cinema foram algumas das decisões do então mandatário. Por consequência, a imprensa ficava doida, mas ele mantinha sua linha com discursos moralistas e polêmicos.
No entanto, polêmica mesmo foi quando Jânio condecorou Ernesto Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Afinal, como era possível um presidente condecorar um comunista? Jânio se defendia dizendo que a política externa brasileira tinha que ser independente. Fazer negócio com os Estados Unidos, ótimo! Com a União Soviética, também… Contudo, o contexto internacional da Guerra Fria não permitia esse tipo de posicionamento. Simultaneamente, Jânio congelou salários, restringiu créditos e cortou subsídios. Na verdade, ele sonhava em governar sem os limites do congresso.
Dizem que foi buscando apoio popular para realizar este sonho que, denunciando “forças terríveis”, ele renunciou. Quem sabe, o povo não o reconduziria em glória para a cadeira do poder? Entretanto, isso não aconteceu. Após a renúncia, assumiu o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. Por fim, Jânio Quadros entrou para a história.
OS ANOS COM 2 CARNAVAIS
A pandemia tem cancelado os últimos carnavais. Fato inédito? Nem um pouco. O carnaval de 2021 foi o terceiro adiado no Brasil! Não acredita?
- Tudo pronto para a folia. Até que o intendente do Rio de Janeiro – Major França Leite – pediu ao Ministro do Interior que transferisse a festa para o meio do ano. Motivo: a falta de limpeza das ruas. O argumento era que fevereiro era um mês propenso para epidemias, sendo junho um mês mais adequado para aglomerações. A estranha orientação prevaleceu, mas os salões mantiveram os bailes de fevereiro. E o carnaval de junho, mesmo com incentivo do governo, fracassou. Chuva e frio não combinavam com a farra.
- Tudo pronto para a folia. Até que faleceu o Barão do Rio Branco, importante diplomata brasileiro. Pular carnaval dias depois de sua morte não soava bem. Os festejos acabaram adiados para abril. Mas não adiantou muito. Na segunda–feira de carnaval o jornal A Noite publicou: “A gravidade duma esperada segunda–feira circunspecta derretia–se lamentavelmente ao calor estonteante da loucura carnavalesca que ia invadindo a Avenida. Havia então Carnaval? Desde ontem que há Carnaval”. Pegou mal para o presidente, Marechal Hermes da Fonseca, que assinou a mudança de data. O jeito foi manter o luto e, consequentemente, o carnaval de abril. Que, aliás, também foi um grande sucesso com direito até à marchinha:
” Com a morte do barão
Tivemos dois carnavá
Ai, que bom, ai que gostoso
Se morresse o marechá “
Na quarta-feira de cinzas a Av. Central foi batizada como Avenida Rio Branco, homenageando o querido Barão que deu ao povo Carnaval em dobro.
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